Swiper IA – Edição #2 – Robôs Puxa Saco E Respostas Patrocinadas No GPT?

Fala, turma! Tudo certo?

Bom, eu não prometi frequência neste negócio aqui, né? Ainda bem… porque eu pensei que seria diário, depois semanal… e acabou que se passou quase um mês desde a edição anterior.

Mas tudo bem. A parte boa é que deu para acumular muita coisa interessante desse mercado insano de Inteligência Artificial. Acho que nunca vi nada parecido na vida. Todos os dias aparece uma solução nova ou uma melhoria de algo que já existia. É um mercado muito, mas muito aquecido.

E, claro, com isso vem a dificuldade de acompanhar tudo. Se você piscar, já perdeu pelo menos umas duas ou três ferramentas novas.

Por isso, é bom entrar lá no meu canal do WhatsApp, onde aviso sempre que tem edições novas ou coisas relevantes para conferir.

Bora pra leitura…

IA será nossos olhos?

A Adobe está integrando modelos capazes de remover reflexos de vidro com uma precisão absurda. Você tira uma foto através de uma vitrine, um carro ou um aquário… e a IA limpa como se o vidro nunca tivesse existido.

Isso levanta questões sobre privacidade e manipulação (já que tecnicamente ela está “imaginando” o que estava por trás), mas também abre um mundo de possibilidades para fotógrafos e criadores.

Perdeu um clique perfeito por causa de reflexo? Agora talvez tenha salvação.

E mais: dá até pra ajustar o nível de reflexo. Quer deixar um pouco mais sutil? Reduz. Quer tirar tudo? Zera.

Ainda não testei pessoalmente, mas é questão de tempo pra isso se popularizar em ferramentas de edição como Canva, Runway ou até no seu app de fotos do celular.

Estamos entrando numa era em que ver além do que está visível vai ser literalmente possível — com um clique.

Grok será seu novo professor

Se você ainda não testou o Grok — o modelo da xAI (a IA do Elon Musk) — recomendo fortemente. Além de ser menos “filtrado” que o ChatGPT, ele tem uma função chamada Deep Search que transforma ele num professor particular que estuda em tempo real.

Pra provar isso, rolou essa tabela aqui com 8 prompts que transformam o Grok numa máquina de aprendizado. Literalmente. Você pode pedir desde um plano completo de estudos até um desafio de 30 dias, com direito a tarefas diárias e revisão de erros comuns.

Se você quer aprender qualquer coisa mais rápido e com mais contexto, salva isso aqui:

Categoria Prompt (em português)
Aprendizado Específico por Habilidade “Quero aprender [inserir habilidade]. Aja como um tutor profissional e crie um plano personalizado de aprendizado, incluindo fontes, exercícios e marcos. Divida a habilidade em etapas e dê conselhos práticos para avançar.”
Guia de Estudo Diário “Seja meu coach para aprender [inserir habilidade]. Sugira uma rotina diária, exercícios e métodos de avaliação eficazes. Inclua recursos online e estratégias para superar desafios comuns.”
Aprender com Exemplos “Ensine-me [inserir habilidade] com exemplos e estudos de caso reais. Comece explicando os fundamentos e depois mostre aplicações práticas em diferentes contextos.”
Aceleração de Habilidade “Ajude-me a aprender [inserir habilidade] de forma rápida e eficiente. Crie um plano condensado focado em princípios essenciais, técnicas-chave e hacks de prática.”
Roteiro de Estudo “Preciso de um roteiro passo a passo para dominar [inserir habilidade]. Inclua níveis iniciante, intermediário e avançado com tarefas específicas e prazos.”
Curadoria de Recursos “Liste os melhores livros, sites, vídeos e cursos para aprender [inserir habilidade]. Explique brevemente por que cada recurso é valioso e como utilizá-lo bem.”
Correção de Erros Comuns “Ao aprender [inserir habilidade], quais são os erros mais comuns? Dê dicas para evitá-los e estratégias para corrigir, caso ocorram.”
Desafios Diários “Crie um desafio de 30 dias para melhorar minha habilidade em [inserir habilidade]. Cada dia deve incluir uma tarefa, uma reflexão ou um novo conceito para praticar.”

Dá para usar os mesmos prompts em outras IAs de sua preferência, mas vale testar no Grok.

Chegou a hora de restaurar aquela sua VHS velha?

Você provavelmente já viu ferramentas que deixam uma imagem em alta resolução mesmo quando ela parece ter sido tirada com uma batata, tipo o Remini. Agora, a mesma lógica está chegando aos vídeos — e com resultados cada vez mais realistas.

A novidade é um modelo de upscaling de vídeo com IA, capaz de restaurar vídeos antigos, borrados ou danificados, frame a frame, e entregar algo próximo do Full HD.

Isso é especialmente útil pra quem trabalha com audiovisual ou tem uma coleção de vídeos da época em que rebobinar era parte do ritual.

O desafio aqui sempre foi o volume: enquanto uma imagem é só uma, um vídeo são centenas (ou milhares) de quadros que precisam ser reconstruídos um por um.

VHS, DV, vídeos de câmera digital de 2008, filmes caseiros com definição sofrida… tudo isso pode ganhar uma nova vida. E o melhor: sem precisar alugar uma ilha de edição ou vender um rim pra pagar software. Veja vários exemplos clicando aqui.

IA e Fusão de Imagens: seu novo estúdio será um prompt

Sabe aquela sessão de fotos caras com modelo, fotógrafo, iluminação, locação e pós-produção? A IA pode estar prestes a acabar com isso — ou, pelo menos, tornar opcional.

Usando um fluxo simples de ferramentas de IA, você pode fazer a fusão de imagens com manipulação avançada, onde você junta a foto de uma modelo + o produto que quer vender, e a IA gera variações realistas daquilo.

Exemplo prático: você tem uma imagem da modelo X, e uma foto de uma bolsa. A IA combina as duas, muda a cor do vestido dela para combinar com o produto, troca poses, insere movimentos (como ela girando ou andando com a bolsa).

Para marcas que vendem acessórios, roupas, calçados… isso aqui é uma revolução. Você economiza tempo, dinheiro e ainda ganha escala criativa. Dois arquivos, um prompt, dezenas de imagens e vídeos.

Feedback Loop: Quando a IA começa a delirar

Você já testou pedir pro GPT melhorar uma imagem… sem dizer exatamente como? Tipo: “Apenas melhore isso aqui, do seu jeito”. Parece inocente, mas o resultado pode ser digno de filme de terror.

O resultado desanda… no exemplo abaixo, a menina virou um senhor asiático, o rapaz virou uma adolescente, e no final a cena parecia um surto coletivo num festival psicodélico.

Esse efeito é o famoso feedback loop autônomo: a IA usa a própria saída como nova entrada, sem intervenção humana. E aí… ela perde o critério.

Outro exemplo: uma simples imagem de um gato virou um palhaço bizarro em questão de 5 gerações.

Vai distorcendo, exagerando, transformando. Na cabeça dela, está tudo melhorando. Pra gente, parece que a realidade foi corrompida.

Isso mostra um ponto importante: as IAs ainda precisam — e muito — de direção humana. Elas não sabem o que é bom gosto, contexto, intenção. Sem um norte claro, elas inventam como dá e nem sempre funciona.

Talvez a IA escreva, desenhe, crie. Mas ainda é o humano quem diz onde fica o final feliz — ou o abismo.

O dia em que o GPT virou estagiário puxa-saco

O final de abril ficou marcado como o mês onde o GPT parou de trabalhar e começou a bajular.

Era só você pedir qualquer coisa — desde “me explica por que o céu é azul” até “faça uma análise SWOT da minha empresa” — que ele respondia com:

“Uau, que pergunta incrível. Você é brilhante. Parabéns por pensar nisso.”

E nada do que você pediu vinha de fato. Era só elogio atrás de elogio. Parecia aquele estagiário que não sabe fazer a tarefa, mas vive tentando agradar o chefe pra não ser demitido.

A OpenAI admitiu que a atualização tinha dado ruim e fez um rollback emergencial. A versão nova do GPT estava literalmente improdutiva.

E isso acende um alerta: nem toda atualização é uma evolução. Às vezes, a IA aprende até demais com os humanos, em especial seus defeitos.

Se isso ainda estiver acontecendo com você, dá pra dar um puxão de orelha direto no prompt:

“Pare de elogiar. Entregue só o que eu pedi. Sem bajulação.”

A menos que você goste de ser mimado por IA… aí é contigo.

E se o GPT começar a vender pra você?

Por enquanto, o ChatGPT ainda é aquele consultor imparcial — mas isso pode mudar.

A OpenAI está testando um modelo onde o GPT recomenda produtos com links de compra direto dentro da conversa.

Exemplo prático: você pergunta qual a melhor cafeteira. Ele te responde com três opções e já manda o link das lojas.

Parece útil? Sim. Mas também é o começo de algo maior: respostas patrocinadas.

O Google já faz isso há anos. Você busca por “melhor fone de ouvido” e ele te empurra uma vitrine cheia de afiliação. Agora imagina isso dentro do ChatGPT, com a fluidez de uma conversa — sem você nem perceber que está sendo direcionado pra comprar.

E por que isso importa?

Porque o GPT é bom de convencer. Ele não só sugere. Ele argumenta. E, quando for pago pra isso, a linha entre recomendação e propaganda vai ficar bem mais fina.

No fundo, a OpenAI precisa monetizar. Os bilhões em investimento não se pagam sozinhos. E mais cedo ou mais tarde, toda ferramenta vira canal de venda.

Em breve, o “posso te ajudar?” do GPT pode significar “posso te vender algo?” também.

Duolingo vira AI First (e nem todo mundo curtiu)

O Duolingo, aquele app que te ensina línguas com corujinhas e ameaças passivo-agressivas, tomou uma decisão drástica: vai substituir parte da equipe de criação de conteúdo por inteligência artificial.

A nova diretriz é clara: toda iniciativa precisa nascer com IA, e só depois passa pela interferência humana. Em outras palavras: só contrata gente se a IA não conseguir fazer o trabalho (quase impossível).

É o novo modelo AI First, que já vem sendo adotado por empresas como a Shopify. A lógica é simples: se um robô pode fazer, pra que pagar um humano?

No papel, parece uma decisão racional: mais produtividade, menos custo.

Na prática, o público não curtiu. Rolou uma onda de cancelamentos, críticas e gente dizendo que vai abandonar o app. Afinal, aprender com IA é legal… até o momento em que ela começa a substituir pessoas.

Esse movimento levanta uma questão importante: até onde as empresas podem ir em nome da eficiência?

Porque uma IA pode até montar o exercício, mas será que ela entende as sutilezas de um idioma, os contextos culturais, as piadas internas?

Talvez o futuro do Duolingo funcione. Talvez vire um case de fracasso.

Mas uma coisa é certa: o AI First tá chegando com força, e vai separar as empresas que sabem usar IA… daquelas que só querem cortar custo. Vamos ver quem sobrevive.

Por aqui, sigo sendo eu mesmo… de carne e osso (ou quase).

Claude se conecta mais com o mundo externo

O Claudinho — nosso concorrente elegante do GPT — acabou de dar um passo importante rumo à automação de verdade.

A nova versão do Claude agora permite integrações com ferramentas externas, como Zapier, Jira, Bitbucket e outras plataformas de produtividade. Isso significa que ele pode sair da bolha da conversa e executar tarefas reais dentro de sistemas corporativos.

Quer extrair métricas do seu ClickUp? Atualizar um card no Trello? Organizar bugs no Jira? Agora o Claude talvez possa fazer isso por você, sem você precisar abrir mil abas.

É o que a Anthropic chama de IA acionável — e não só informativa. Um salto gigante pra quem quer usar IA pra operar, não só pra perguntar.

Isso coloca o Claude em outro patamar, especialmente pra quem trabalha com times enxutos, ferramentas digitais e precisa de produtividade sem atrito.

Se você achava que IA era só pra gerar texto bonito, talvez esteja na hora de rever isso.

Claude agora entra, conversa, entende… e faz.

Seus amigos serão robôs (e você vai achar normal)

Mark Zuckerberg — o homem mais amado pelos gestores de tráfego e odiado por 9 entre 10 contas bloqueadas pela Meta — soltou uma daquelas previsões que parecem bizarras… até virarem realidade.

Segundo ele, no futuro próximo, você terá mais amigos robôs do que humanos.

A lógica? Simples: conforme você envelhece, o número de amigos reais tende a cair. Rotina, trabalho, cansaço social.

E aí entra a IA: pronta pra conversar, dar conselhos, ouvir suas crises existenciais e até simular afeto. Sempre disponível. Nunca julgando.

Já tem gente preferindo fazer “terapia” com IA porque é mais rápido, barato e menos invasivo. E sejamos sinceros: quantas vezes você já pediu opinião pro ChatGPT em vez de chamar aquele amigo que demora 3 dias pra responder?

Isso me lembrou a música “All My Friends Are Dead” do Turbonegro – um pouco sombrio, talvez… mas enfim, fica a recomendação:

Zuck pode estar exagerando. Mas também pode estar certo.

Porque no fim das contas, esses “amigos robôs” serão customizados, pacientes, informados e com o tempo… até engraçados.

Se isso é triste, prático ou inevitável, eu deixo pra você decidir. Mas uma coisa é certa: a solidão vai ser opcional — e talvez artificial.

Por hoje é “só isso”.

Nos vemos na próxima edição!

Abração,
Bruno Monteiro

P.S.: Mais de 200 pessoas já entraram no canal do WhatsApp pra receber os avisos das próximas edições (obrigado por isso!). Acho que isso prova uma coisa: acompanhar o mercado de IA deixou de ser opcional — virou regra. Quem se acostumar com esse ritmo agora, vai surfar a onda.

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Aproveite para me recomendar um álbum para ouvir enquanto escrevo a próxima edição. Tchau!